quarta-feira, 19 de junho de 2013

O gosto pela leitura está intimamente ligado a motivação




 Ler Lygia é motivação constante.

LYGIA BOJUNGA NUNES








Falando sobre leitura | o que é o livro para lygia bojunga



            Declaração de amor

“Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida. Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede, deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro.

De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, mas eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Se por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação.

Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava.

Foi assim que, devagarzinho, me habituei com essa troca tão gostosa que – no meu jeito de ver as coisas – é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava”.

LYGIA BOJUNGA NUNES




segunda-feira, 3 de junho de 2013

OS TRÊS PORQUINHOS


Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.
A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.
Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse:
 
__Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos.
 
A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa.
 
Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos:
 
__Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe.
 
Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar.
 
Cada porquinho queria usar um material diferente.
 
O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo:
 
__ Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas.
 
O porquinho mais sábio advertiu:
 
__ Uma casa de palha não é nada segura.
 
O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite:
 
__ Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar.
 
__ Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger?
 
__ Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa?
 

__Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei briNcar. – Respondeu o mais velho. 
O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar.
 
Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando.
 
__Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos.
 
Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas.
 
O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa.
 
Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada.
 
__Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio.
 
O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem par a as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda!
 
Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos.
 
Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo.
 
O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo:
 
__ Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão!- mentiu o porquinho cheio de medo.
 
__ Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador.
 
O porquinho continuou quieto, tremendo de medo.
 
__Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu vou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar.
 
O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou uma vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão.
 
O lobo correu atrás.
 
Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha.
 
__Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo.
 
Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta.
 
Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:
__Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! __ De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz.- disseram os porquinhos.
 
__ Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não agüentou e caiu.
 
Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho.
 
Chegando lá pediram ajuda ao mesmo.
 
__Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho.
 
Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los:
 
__ Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho!
 
__Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho.
 
__ Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu.
 
Soprou novamente mais forte e nada.
 
Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa.
 
O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte.
 
Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora.
 
__ Calma , não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho.
 
No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas.
 
__ Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos.
 
Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -__ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor?
 
Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco.
 
O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou:
 
__ Frutas fresquinhas, quem vai querer?
 
Os porquinhos responderam:
 
__ Não, obrigado.
 
O lobo insistiu:
 
Tome peguem três sem pagar nada, é um presente.
 
__ Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui.
 
O lobo furioso se revelou:
 
__ Abram logo, poupo um de vocês!
 
Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor.
 
De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado.
 
Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes.
 
O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinho entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo.
 
___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras.
 
Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar.
 
Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não aguentando as saudades, foi morar com os filhos.
Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.

                                                                                                                                                      Joseph Jacobs

Contação de história