quinta-feira, 18 de abril de 2013
A importância da contação de histórias na educação infantil
De acordo com vários estudiosos a contação de histórias é um valioso auxiliar na prática pedagógica de professores da educação infantil. As narrativas estimulam a criatividade e a imaginação, a oralidade, desenvolvem as linguagens oral, escrita e visual, incentivam o prazer pela leitura, promovem o senso crítico, as brincadeiras de faz-de-conta, valores e conceitos, colaboram na formação da personalidade da criança, propiciam o envolvimento social e afetivo e exploram a cultura e a diversidade.
A árvore maravilhosa
( John kilaka )
Há muito tempo,
pequenos e grandes animais viviam unidos e felizes.
Mas um dia a chuva
faltou e o chão ficou tão ressecado que trouxe a fome para a região. Os animais
não tinham mais o que comer.
Por sorte,
encontraram uma árvore enorme que, apesar da seca, estava carregada de frutas
maravilhosas. Elas pareciam estar maduras e exalavam um perfume delicioso, mas
não caíam no chão.
Todos os animais
chacoalhavam e sacudiam a árvore com toda a força, mas não havia meio de ela
entregar frutas.
A cada dia mais
famintos, os animais se reuniram e ficaram quebrando a cabeça:
- Como é que vamos
conseguir alcançar essas frutas?
Tenho uma ideia –
disse a coelha. – Por que não perguntamos à sábia tartaruga? Talvez ela tenha
um bom conselho a dar.
- Maravilha! Ótima
ideia! Vamos perguntar a ela! – concordaram os outros animais.
A coelha então se
ofereceu para ir procurar a tartaruga imediatamente. Mas os animais grandes
discordaram:
-Você é pequena
demais. Não vai conseguir lembrar do conselho da sábia tartaruga. Deixe essa
tarefa para os grandes.
Assim, o elefante
e o búfalo foram incumbidos de irem à casa da tartaruga.
Ao chegarem à casa
da tartaruga, cumprimentaram-na educadamente e perguntaram:
-Senhora
tartaruga, estamos todos passando muita fome. Há aquela árvore maravilhosa,
carregada de frutas. Será que a senhora sabe o que fazer para podermos
colhê-las?
-Ah, eu conheço
bem aquela árvore – respondeu a tartaruga. – Ela só entrega as frutas quando a
chamamos pelo nome. Estou vendo que estão mesmo com fome. Então, elefante,
preste muita atenção, você é grande e tem idade suficiente para lembrar o nome
que eu vou revelar: ntungulu mengenye. Este é o nome dela.
- A senhora está
dizendo que basta falar o nome dela para que a árvore nos presenteie com suas
frutas?
- Sim; ntungulu
mengenye: Basta isso.
O elefante e o
búfalo estavam satisfeitíssimos.
- Muito gentil de
sua parte, senhora tartaruga, muito obrigado. Vamos voltar imediatamente. Os
outro animais estão esperando por nós.
Então os dois
grandes animais se puseram de volta para casa. Mas, ui, no caminho o velho
elefante tropeçou e levou um tombo enorme.
-Aiiiiiiiiii,
aiaiaiaiai... – gemia. Suspirando muito, ele só conseguiu se levantar e ficar
em pé nas quatro patas com a ajuda do búfalo. Em seguida, aprumou-se, bateu a
poeira do corpo e pronto, resolvido, Mas...
-Diga lá búfalo,
você se lembra do nome árvore?
- Eu? Por que eu? Não
é você que é o grande, que deveria prestar muita atenção? Como é que agora está
perguntando para mim? – respondeu o búfalo.
- Mas eu acabei de
cair e aí o nome dela me fugiu da cabeça – defendeu-se o elefante,
envergonhado.
Assim aconteceu
que os dois voltaram para casa sem levarem consigo o importante nome da árvore.
Os outros animais
esperavam ansiosos pela volta do elefante e do búfalo.
- E então, a
tartaruga tinha um bom conselho a dar?
- Bem... bom, sim,
nós encontramos a tartaruga. Ela foi muito gentil e nos revelou o segredo. É
simples: basta dizer o nome da árvore. Mas, infelizmente no caminho de volta
para cá eu levei um tombo, depois disso, não havia meio de eu conseguir me
lembrar do nome dela.
Os animais ficaram
decepcionados.
- Onde já se viu?
Como é que pode um elefante tão grande se esquecer de uma coisa tão pequena
como o nome de uma árvore!
É natural que os
animais famintos ficassem tão irritados.
Desta vez, o
rinoceronte, a girafa e a zebra se puseram a caminho para procurar a tartaruga
e pedir ajuda.
- Desculpe se
estivermos incomodando, mas o elefante e o búfalo esqueceram o nome da árvore
na volta para casa. Será que a senhora poderia fazer a gentileza de nos dizer o
nome mais uma vez?
- É mesmo? Os dois
esqueceram o nome ntungulu mengenye? – Perguntou a tartaruga, admirada. – Vocês
só precisam dizer esse nome para que as frutas caiam aos seus pés. Por que
vocês não voltam cantado o nome ntungulu mengenye até chegarem lá, assim não
correrão o risco de esquecê-lo. Que tal?
- Ah, mas esse
nome nós vamos conseguir lembrar facilmente. Muito obrigado por sua ajuda, boa
senhora tartaruga. Nós já vamos indo.
O trio seguiu o
conselho da tartaruga e sai cantando em coro: “ntungulu mengenye, ntungulu
mengenye” . A girafa seguiu na frente. Mas, opa! Ao avistar umas
folhinhas verdes que fizeram cócegas em seu nariz, ela perdeu o ritmo da música
e parou.
- Esperem só um
instante, por favor. Estou com tanta fome... Quero comer essas folhinhas aqui –
disse a girafa.
- Deixe disso,
estamos com pressa – a zebra e o rinoceronte advertiram. Mas a girafa já estava
mastigando as folhas e se deliciando.
- Prontinho,
podemos seguir. Mas, ei, esperem um pouco, vocês ainda se lembram do nome da
árvore? - A girafa quis saber.
- Não, não
lembramos não. Mas também você tinha que parar para comer essas folhas? –
defenderam-se a zebra e o rinoceronte.
Os animais já
esperavam reunidos debaixo da árvore.
-E então? Vocês
sabem o nome?
- Bem... Não. A tartaruga foi muito simpática, mas no
caminho de volta a girafa encontrou umas folhinhas verdes. Nós chamamos sua
atenção. Infelizmente esquecemos o nome – relatou o rinoceronte.
- Mas não dar para
acreditar que você três esqueceram o nome da árvore! Leão e leopardo! Procurem
a tartaruga!
E assim foi.
-Desculpe se
estamos aqui novamente incomodando a senhora, tartaruga. Não dá para explicar,
mas a girafa, o rinoceronte e a zebra esqueceram o nome da árvore no caminho de
volta para casa. Será que a senhora repetiria o nome para nós? Pediu o leão.
- Hum. Como é
possível esquecer o nome ntungulu
mengenye? Afinal, não é tão difícil assim – disse a tartaruga. – Bom, então
prestem bastante atenção: assim que estiverem debaixo da árvore, vocês dizem
“ntungulu mengenye” que irá chover frutas.
É só isso? Muito gentil da sua parte. Muito
obrigado, boa senhora. Nós vamos voltar agora mesmo, para não esquecermos o
nome novamente – disse o leão, e saiu puxando o leopardo.
Mal haviam caminhado
alguns passos quando o leão parou, estarrecido. Ouvira um barulho vindo do
mato.
- Abaixe –
sussurrou para o leopardo e se enfiou no capim
da estepe atrás do barulho. Mas o rastro não levava a lugar algum, e sem
ter conseguido caçar nada ele voltou, decepcionado, e os dois se puseram a
trilhar o caminho de volta.
-Oh, leopardo...
Você ainda se lembra do nome? Eu temo que tenha esquecido.
-Ai, não! A culpa
é toda sua. Por que você se deixou distrair? Você e sua mania de caçar. De
tanto susto acabei esquecendo o nome – defendeu-se o leopardo.
Como aconteceu aos
outros, os dois não tinham escolha e voltaram para casa sem o nome.
Pra lá de
famintos, os animais receberam os dois cheios de esperança:
- E então, como se
chama a nossa árvore? Vocês sabem o nome?
Os dois limparam a
garganta pigarreando:
- Infelizmente não
sabemos mais. No caminho de volta, uma coisa fez um barulho na moita e aí
acabamos esquecendo o nome.
Agora todos
estavam zangados de verdade. Como era possível que os animais grandes não
dessem conta de se lembrar do nome de uma árvore? O pior é que todos estavam
mesmo sentindo muita fome.
-De que grande
ajuda vocês são? Primeiro não queriam que a coelha fosse procurar a tartaruga
alegando que ela era pequena demais e aí voltam uns após os outros de mãos
vazias. Vamos morrer de fome. Agora vamos pedir à coelha que vá até lá e
veremos no que vai dar.
Dessa vez, os
animais grandes não se opuseram, e a coelha logo se pôs a caminho da casa da
tartaruga para perguntar a ela o nome da árvore.
Chegando
esbaforida, bateu a porta.
-Entre – disse a
tartaruga, surpresa.
-Desculpe
incomodar. Preciso saber o nome da árvore. Os animais grandes o esqueceram no
caminho de volta – relatou a coelha.
- Tantos me
perguntaram pelo segredo... Mal posso acreditar que ninguém conseguiu se
lembrar. E agora vem você? Tem certeza de que vai conseguir guardar o nome? –
Perguntou a tartaruga para a coelha.
- Com certeza não
vou esquecer. Pode confiá-lo a mim por favor!
- Está bem então.
Vou revelá-lo pela última vez Quando estiver debaixo da árvore, você
tem de dizer “ntungulu mengenye” – explicou a tartaruga com
seriedade-, e as frutas caíram aos seus pés.
- ntungulu
mengenye? Esse é o nome que todos esqueceram? Perguntou a coelha. É fácil
demais.
- Sim. NTUNGULU MENGENYE. Isso é tudo.
- Muito obrigada,
boa tartaruga.
Mais do que
depressa, sem olhar para a direita nem
para a esquerda a coelha voltou correndo para casa. Não demorou muito até que
estivesse debaixo da árvore. Fracos de fome , muitos animais já aguardavam seu
retorno.
- Olá, amigos –
saudou a coelha. – Imaginem só, eu sei o nome da árvore! De tão animados, os
animais começaram a bater palmas. Alguns cochichavam duvidando:
-Você acha que ela
sabe mesmo o nome? Até agora ninguém conseguiu.
Afastem-se todos!
Assim que eu chamar a árvore pelo nome vai começar.
- Ande logo, estamos com fome! Diga o nome de
uma vez! – pressionavam os animais.
- ntungulu
mengenye, ntungulu mengenye! – disse bem alto a coelha.
E enquanto ela
estava ainda pronunciando as palavras, as frutas já começaram a cair no chão.
Como um grande
estrondo das nuvens: pam, tapum, taratapum, taratapampumpam!
Que festa! Todos
comeram o quanto puderam. E era só a
coelha dizer ‘ntungulu mengenye’ que mais frutas caíam. De tanto comer e de tão
satisfeitos, alguns animais tiveram até de tirar um cochilo.
Finalmente, os animais grandes procuraram a
coelha e disseram:
- Se soubéssemos
disso antes, teríamos logo mandado você procurar a tartaruga.
Desculpe. Não
pensamos que pudesse ser capaz.
Assim, a fome passou e os
grandes e os pequenos animais viveram felizes, aproveitando a vida e comendo
frutas frescas todos os dias.
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